O que é turismo de base comunitária?

O que é turismo de base comunitária?


O Turismo de Base Comunitária é uma maneira mais responsável de viajar, onde a ideia é promover um turismo mais justo para os destinos.


É importante lembrar que o Turismo de Base Comunitária não é um segmento de turismo, mas sim um modelo de gestão. As visitações são protagonizadas pela comunidade, gerando benefícios coletivos, promovendo a vivência intercultural, a qualidade de vida, a valorização da história e da cultura dessas populações, bem como a utilização sustentável para fins recreativos e educativos, dos recursos das localidades onde essas comunidades se encontram.


A UIKA co-cria experiências com populações tradicionais na Amazônia, da cidade até a floresta. E nos apoiamos nesse tripé do Turismo de Base Comunitária para produzir experiências autênticas e responsáveis para viajantes do mundo todo. Clique aqui para conferir.


Mas como identificar esses roteiros de Turismo de Base Comunitária?


O time da UIKA separou uma lista com os princípios do Turismo de Base Comunitária, para ajudar você a identificar destinos, roteiros e operadoras que trabalham de maneira justa e responsável o turismo com gestão comunitária. Essa lista é só o começo da nossa iniciativa em falar democraticamente sobre o Turismo de Base Comunitária. Vamos aos princípios?


1. Conservação da biodiversidade



Seu roteiro precisa contribuir para que a biodiversidade exista para as gerações futuras, com atividades que respeitem o meio ambiente e protejam a vida selvagem. Para isso, é necessário fazer um manejo do uso humano da natureza, entendendo a necessidade da conservação, da interpretação e da manutenção da natureza. Além de somar esforços para a recuperação do ambiente natural, geralmente utilizado durante trilhas, acampamentos, entre outros.


- Prefira fazer atividades de observação da vida selvagem ao invés da interação e alimentação desta. Optando por valorizar e respeitar às espécies em seus habitats naturais, tão quanto a região que está visitando e a ciência que se preocupa em manter a população dessas espécies fora da lista de risco em extinção.


Quer saber mais sobre os impactos negativos que existem ao se alimentar ou interagir com animais ao fazer turismo? Acesse o material fruto de pesquisas e intervenções da World Animal Protection (Proteção Animal Mundial).


- Opte por hospedagens e meios de transportes que reduzam a emissão de resíduos e poluentes no meio ambiente. No caso dos transportes você pode compartilhar meios de transporte com outros viajantes como vans, ônibus ou metrô por exemplo, além de poder utilizar aplicativos de corridas.


Quanto as hospedagens, pergunte para quem está cuidando da sua reserva sobre como a pousada ou o hotel adotam medidas ambientalmente corretas. Mas o que é isso? São atitudes que tomamos para cuidar do nosso meio ambiente e garantir vida longa a ele, como por exemplo destinando corretamente os resíduos sólidos utilizados no hotel; ou captando água da chuva para lavar ambientes externos ou regar hortas; adotar energia renováveis, como a solar, entre outras.


- Prefira viajar em pequenos grupos. A ideia de viajar em grupos grandes remete a um turismo massivo, que está muito mais preocupado com um volume de viagens em um espaço curto de tempo, do que o volume correto de viagens para garantir uma atividade com impactos controlados.


Segundo a jornalista e redatora Luisa Ferreira do blog Janelas Abertas, "o turismo de massa provoca desequilíbrios ambientais, crueldade com animais, mercantilização de manifestações culturais, sobrecarga e deterioração de patrimônios históricos, aumento no preço de aluguéis, estímulo ao trabalho e à exploração sexual infantil, entre outros problemas sérios".


Esses foram só alguns dos aspectos que o time da UIKA trouxe para reflexão em relação a conservação da biodiversidade, existem muitos outros aspectos que precisamos ficar atentos antes de consumir. Afinal de contas o consumo segue para uma direção cada vez mais responsável.



2. Protagonismo comunitário




Seus anfitriões precisam ser locais, ou seja, nasceram e cresceram ali. São eles que vão desenvolver as atividades, tomar decisões e serem donos dos negócios na comunidade ou localidade.


Esse fator, na nossa opinião, é o mais importante para o Turismo de Base Comunitária. Sabe aquele ditado que diz que "a mudança precisa vir de dentro pra fora"? Então, é disso que se trata o protagonismo comunitário. Não é uma questão de apenas dar voz e de olhar para as populações tradicionais "como objetos de consumo", pelo contrário. Se trata de dar autonomia às populações tradicionais envolvidas no processo, propiciar o aumento da justiça social e da qualidade de vida, apoiar o desenvolvimento local, garantir que os impactos sociais, ambientais e culturais sejam acompanhados de perto pelas comunidades e parceiros que lhes ajudem na cogestão da atividade do turismo e outras que sejam fonte alternativa de renda, promover o diálogo e o intercâmbio sociocultural entre viajantes e comunitários.


Por meio do protagonismo comunitário um anfitrião local pode contar suas histórias, curiosidades e apresentar de perto o seu estilo de vida por meio de experiências para um viajante. O viajante leva para casa um novo olhar sobre a vida, ressignificando as vezes muitos aspectos do seu dia a dia. Já o anfitrião local se sente empoderado, sabendo que por meio da atividade do turismo de base comunitária realiza um trabalho de resistência, fazendo com que seu território e sua cultura sejam valorizados, além de contribuir para o desenvolvimento local da sua comunidade.



3. Valorização da história e cultura



As experiências ou atividades de um roteiro de Turismo de Base Comunitária destacarão e fortalecerão os modos de criar, fazer, viver, de comer, de se manifestar artístico e culturalmente, incluindo a paisagem e os bens naturais que compõem o patrimônio local.


"O Turismo de Base Comunitária deve ser capaz de desencadear um processo de reconhecimento, divulgação e valorização da história e cultura dos povos e comunidades locais e, quando necessário, envolver e estimular esses atores a compartilhar e a aprofundar o conhecimento sobre aspectos de sua história e memória coletiva" (ICMBio, 2018).


A história e a cultura compõem nossa memória e identidade coletiva, que são organizadas em dois tipos de patrimônio, o material  que se refere aos fazeres culturais que são vistos, são tocados e existem numa realidade material física.. São as vestimentas, os museus, os teatros, monumentos, obras de arte, utensílios, documentos, espaços destinados às manifestações artístico-culturais, conjuntos urbanos e sítios de valor histórico, paisagístico, artístico, arqueológico, paleontológico, ecológico e científico e o imaterial que compreende tudo aquilo que faz parte de uma formação cultural, mas não existe fisicamente ou não existe enquanto uma realidade material presente o tempo todo. São as formas de expressão, os modos de criar, fazer e viver, a culinária, os rituais, as lendas, as criações científicas, artísticas e tecnológicas.


Essas foram nossas 3 dicas valiosas para ajudar você a identificar um roteiro ou uma experiência de Turismo de Base Comunitária. Esse post é só o primeiro dos que vamos fazer sobre o assunto. Fique ligado!


Mande esse post para aquele seu amigo que gosta de experiências nada convencionais!


Fontes:

Princípios e Diretrizes do Turismo de Base Comunitária do ICMBio.

Turismo de base comunitária: o que é e por que você deveria viajar assim do Janelas Abertas.

Caderno do TBC do GVCES.

Patrimônio imaterial do IPHAN.

Patrimônio material do IPHAN.



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